Relatórios recentes de organizações como a Portas Abertas e a Jubilee Campaign evidenciam uma situação profundamente preocupante em Moçambique: os cristãos estão a ser cada vez mais perseguidos, não só por grupos extremistas islâmicos, mas também, surpreendentemente, pelo próprio governo moçambicano.
Há anos, a província nortenha de Cabo Delgado tem sido assolada pela violência perpetrada por grupos extremistas ligados ao Estado Islâmico. Estes grupos visam as comunidades cristãs, incendiando igrejas, destruindo casas e desalojando milhares de pessoas. Os cristãos são frequentemente confrontados com um ultimato: converterem-se ou morrerem. A brutalidade destes ataques é horrível, sendo comuns as decapitações e raptos. O resultado é uma grave crise humanitária, com muitas pessoas a fugir das suas casas e a procurar refúgio noutras partes do país.
O que é particularmente alarmante é o alegado envolvimento do governo moçambicano nesta perseguição. Embora o governo afirme estar a combater o terrorismo, há acusações de que as suas ações estão a afetar desproporcionalmente os cristãos. Há relatos de que algumas forças governamentais se envolveram em prisões arbitrárias, tortura e execuções extrajudiciais de cristãos, muitas vezes sob o pretexto de operações antiterroristas. Esta dupla pressão – tanto dos extremistas como do Estado – deixa as comunidades cristãs numa posição incrivelmente vulnerável.
A comunidade internacional está a ser instada a prestar mais atenção à crise que se desenrola em Moçambique. As organizações de direitos humanos apelam a uma maior proteção das minorias religiosas e à responsabilização dos autores da violência, sejam eles combatentes extremistas ou funcionários governamentais.
Esta situação em Moçambique serve como um lembrete gritante dos desafios que muitos cristãos enfrentam a nível global pela sua fé. Salienta a importância da oração, da advocacia e do apoio àqueles que estão a sofrer perseguição.